Em certos dias remotos
Quando a claridade é apenas uma estrela
Os ouvidos escutam divãs desconhecidos
Na azáfama dos corações dessecados
A alma sobrepõe-se à selva de grades
Entre tantos corpos, perdidos entre paredes
Desolados pela faina diuturna
De um espaço na vida sem fim
Sensatas divagações, murmuradas
Por um alguém desconhecido
E em suas faces dragontinas
Apenas clemência lhe é composta
Tantos estranhos a lhe perturbar
Cerrar os ouvidos já não adianta
Não há como ignorar o eco perdurado
Da voz que chama teu nome
Entrega-te ao pequeno relento
Se ele te chama, corre, segura-o
Verás que lúgubre era teu ser antes dele
Sentirás a corda por teu pescoço
Depois disto, apenas o vazio da morte
Nada do que você construiu irá com você
Nenhum olhar de compaixão
Para aquele que lhes abandonou
A solidão de tua alma te crucificou
De que vale morrer pelos outros?
Se nenhum deles te estende a mão
Se nada sentiram quando tu os abandonaste
Mas se fores sincero,
De que valeste morrer por si?
O que terias tu, melhor que eles
Que dignificasse o próprio abandono
Olha para trás agora que tudo se foi
Pois à sua frente há apenas vazio
Arrepende-te,
Pois apenas os fracos não têm esta glória
Um comentário:
fiiilha, vc escreve umas coisas liiindas que minha inteligencia é quase incapaz de entender :T
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