A vida, segundo Kierkegaard

'A vida só pode ser compreendida se olharmos para trás, mas deve ser vivida para frente...'
Diários, Soren Kierkegaard.

sábado, 28 de maio de 2011



Ela não é nenhum demônio.
Ela é um bolero, arrastado e sufocado. 
Te diz palavras rápidas, talvez pra chamar tua atenção, te seduzir, e te ver rodar o mundo com vozes de encanto.
Quem és tu? “Sou o que você está vendo. Corra.”
De dia ela veste sua fantasia e finge ser várias pessoas. 
Todas girando em torno de uma só. Todas correndo, rodando, rimando, fingindo que está tudo bem.
“Vem comigo?”
De noite, Todas as suas canções são uma só. 
E ela é ela, só pra ela, e nada importa.
“Deixe sua mensagem na caixa postal... Meu bem, meu bem, nem venha. Hoje suas canções não rimam.”
Corra. Ela não está ali para você. Corra mais.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Deus


Único realmente Fiel.























Reflita.

Apenas Sonhe - trecho

Lisie é uma garota de dezessete anos que vive algo fora do normal: descobriu que há outra pessoa dentro dela, mais segura, mais espotânea e sem medos, ou seja, tudo o que ela nunca conseguiu ser. Agora Sally, como se intitula a outra garota, resolveu tomar conta do corpo de Lisie, deixando sua vida de cabeça para baixo.
Veja um pequeno trecho dessa história.

 


“Então você descobre,
Que dentro de você pode existir outro alguém,
Talvez ao contrário, ou talvez tão parecido,
E conhecê-lo significa se conhecer”





Então, em uma noite qualquer, sentada no balcão de um bar qualquer, alguém se virou para mim e fez a seguinte pergunta:

— Quem é você?
Poderia ter dito meu nome, o nome de meus pais e suas posses. Talvez tivesse sido uma resposta menos confusa para o curioso ao meu lado. Mas preferi ser mais complexa, e repeti para ele alguns pensamentos que rondavam minha cabeça.

— Eu sou mais uma peça desse jogo que chamamos de vida. E tenha cuidado comigo, pois eu sei como jogar. Eu tenho gosto pelo profano, pelo perverso, pelo insano. Dou valor àquilo que não posso ter, e ao que não posso ser. Eu tenho uma mente, e os pensamentos que me saem dela, passam direto para veias que me impulsionam a uma ação. Não sei distinguir o certo e o errado. Ao mesmo tempo em que tenho uma opinião sobre algo, é como se um outro ser dentro de mim comandasse e fizesse aquilo que eu não teria coragem de fazer. Essa outra pessoa dentro de mim vai fazer com que eu me olhe no espelho e já não veja a mesma pessoa de anos atrás. E realmente, não sou a mesma. Este jogo está aí para nos corromper. Para nos dar o gosto de nosso próprio remédio. Para ver até onde agüentamos. E para ver onde vamos parar.
— E é aqui que o jogo termina, em um bar qualquer? - ele perguntou, para minha surpresa. Eu sequer esperava que ele dissesse algo. Achava que como todos, não daria importância ao que eu havia falado e que só continuasse ali me escutando por que já tivesse bebido bastante rum.

— Pelo contrário, é aqui que começa. Chamam-me de Lisie, mas pode me chamar de Sally.
Só então olhei para o companheiro ao meu lado, com um sorriso faceiro no canto da boca, mas que foi se dissipando quando vi de quem se tratava.
Naquele momento, quis entender o que Liam Carlyn fazia ali. Não que fosse um lugar difícil de encontrá-lo, já que se tratava de um bar. E onde melhor que um bar para encontrar um bêbado? Mas por que ele estava ao meu lado, falando comigo, isso eu não entendia. E devo acrescentar, não queria entender. Só que algo me prendeu àquela figura. Deve ter sido o que ele me falou quando me viu prestes a deixá-lo:

— Hoje não estou bêbado, então é melhor procurar outra desculpa para não falar comigo.
Adoro essas pessoas com boas propostas. Descobri-me cada vez mais persuadida pelos olhos azuis celeste. Mentiria se dissesse que não tive vontade de ouvi-lo, mas meu celular começou a vibrar no bolso da calça jeans. Apanhei o aparelho e olhei para Liam, que me olhava de um jeito inconformado, depois entendeu:

— Aí está sua desculpa.


Ao ouvir aquelas palavras, seguida de sua expressão para mim desconhecida até o momento, senti uma vontade que me fez fazer algo inesperado. Arrisquei:


— Pode me dar um motivo para não atender ao telefone?
Creio que com esta pergunta, tenha dado margem para que ele se excedesse. O que ele aproveitou.


— Hoje não bebi para impressionar uma garota. Pode não ser um motivo, mas é um começo.
Admito que para quem fora pego de surpresa, até que ele deu uma boa resposta. Guardei o telefone no bolso e o encarei. Não esperava uma grande conversa, mas qualquer coisa que viesse de um bêbado me impressionaria. Não me perguntem por que eu dei a ele aquela chance, pois também não sei. Mas talvez eu acredite mesmo nas pessoas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Em chamas


Você pode sentir isso?

. vejo seu corpo em chamas, chamo teu nome, ele se entrega todo para mim.

Novas fantasias.

Acordei com aquela breve sensação de impossível.

Hoje o dia se fez azul-claro, com gotas de roxo e amarelo, dos ipês de Teresina. E ainda dizem que não temos primavera. É só andar pelas ruas para ver a diferença de tons e cores que andam se formando.


Aqui em meu pequeno apartamento, me divido entre os objetos e móveis, e nos damos bem, cada um em seu lugar específico. Mas ainda restam indícios daquela velha mania de mudar tudo de lugar. Não sei por que gosto tanto de mudanças, se eu mesma não consigo mudar em nada.

Por mais que desenrole, acabo no mesmo embaraço.

Talvez eu consiga enganar um ou outro, mas uma hora serei descoberta. Meus joguinhos já não fazem tanto sentido, preciso mudar de táticas. Ser a mesma pessoa já não é o bastante. Vou me reinventar, comprar novas fantasias, e ser alguém além do habitual.

domingo, 26 de setembro de 2010

Sem direções

É difícil explicar como tudo aconteceu.

O mundo se move através de decisões. Ele prepara os vários caminhos, e quando você faz sua escolha, ele tem a tarefa de tornar tudo possível.

Por mim o mundo poderia parar, pois isso não seria pior do que quando te obrigam a fazer uma decisão. Gostaria de ser uma nuvem e não ter nenhuma preocupação. Passear pelos céus, e esperar que o vento simplesmente me carregasse. Ter mil formas em um segundo dependendo da pessoa que me olhasse. É injusto que as nuvens tenham tantas formas, e eu, apenas uma.

Desde pequena me imaginei sendo outra pessoa. Morar em outra cidade, frequentar em outros lugares, ter outra família, outros hábitos e costumes. Parece assustador.

Gosto das coisas que me assustam. Elas são tão diferentes de tudo com que sou acostumada.

Mas se eu fosse outra pessoa, não me livraria de fazer decisões. Tudo isso é inútil.
Nesta pequena poça d’água

Onde molho meus pés descalços,
Vejo o reflexo de um simples pedaço do céu.
 

Não tenho visto muitas cores,
Tudo parece desfocado pela luz do sol.
Deito em um banco qualquer,
O mundo de repente parou.
Uma brisa monótona passa por meus cabelos,
Sem fazer barulho, ali mesmo ela se esvai.


Uma pequena folha seca cai em minha boca.
Eu assopro, e ela voa.
Para onde irá, distante,
Por cima dos telhados de zinco, das grades de pedra, das plantações de algodão.

 
O dia está tão quente. As pessoas brilham com o suor.

Laielen



About Me

Minha foto
Estudante de Direito, Escritora nos momentos de melancolia, melhor amiga nos momentos de felicidade e flamenguista sofredora.