A vida, segundo Kierkegaard

'A vida só pode ser compreendida se olharmos para trás, mas deve ser vivida para frente...'
Diários, Soren Kierkegaard.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A palavra


A principio creio que cedi ao medo
Ele me entorpecera
E não me deixara enxergar
Aquela palavra que sempre se destacava

Amor.
Com quatro letras sólidas
E um poder reluzente nas mãos

Tentei não usá-las em meus versos
Deixei-a subentendida
Mas de maneira tão óbvia
Que me desconheço

Agora, sinto que posso ser ouvida
Quando te contar meus segredos
Quando quiser falar de amor
E cantar nossa canção perfeita

Canções de amor, canções de desejo!
Todas paralelas ao incerto

Juntos, perfeitos
Mas num mundo imperfeito
Olhe em volta,
Apenas isso nos salvará!

sábado, 18 de outubro de 2008

Distancia


Distancia,
(que mal posso ter te feito?)
Esta palavra sufoca com voracidade
Até os últimos dos meus pensamentos
Tortura-me paulatinamente


Pequenos pedaços de mim que somem
Junto da saudade que roça entre os lábios
Beija-me a face numa afronta
Diz-me: - Você não o terá.


E ela pára ao meu lado, e posso senti-la
A sinto riscar meu rosto, e ela derrama
E preenche ao mesmo tempo em que deixa um vácuo
E novamente entro em meu paradoxo


Fecho os olhos, e a saudade volta a derramar
Mas desta vez estou sonhando
Como você me disse que fizesse
Sempre nas horas escura


Em meio aos devaneios, sua voz sussurra:
- Apenas acredite, e estarei por perto.
E tento ser a melhor canção
Desde que você me escute, e lembre-se,
Alguém soluça saudades tua.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Afinal, o que você quer?

Responda-me a uma pergunta que jamais, em nenhuma de minhas anteriores experiências com outras pessoas, obtive uma resposta a qual eu julgasse satisfatória. Nenhuma delas foi sequer ocasionalmente sincera muito menos verdadeiramente lívida.

Em todas, notei certo desconforto e desapego aos sentimentos que estardalhaçavam dentro da mente. Vinham fugazes. E perdiam-se entre o eco do proibido.

A pergunta era: - Afinal, o que você quer?

Tensão. Surpresa. Tudo se mistura nas mentes com uma pergunta como esta. Formam, senão, um estado mórbido em que o indivíduo tem a impressão de que tudo gira em torno de si. Vertiginoso.

Ilícito.

Ilegal.

E os vários sinônimos que puder recordar. Balançam, e fazem o temor de querer esconder o próprio ser.
O que nos faz ser quem somos e o que nos faz esconder isso? Pergunto-me, em meio às variáveis que encontro dentro de meu ser. Todas esperando uma oportunidade única de encontrar-se com a matriz e resplandecerem dentro do cristal límpido do corpo. As variáveis, meu ser repleto delas, e não temo o que elas me trazem.
É meu existencial. Todas em conjunto.

Mas os outros. Eles mentem por que temem.

E até me pergunto se não é melhor que seja assim. De alguns, prefiro não conhecer seu verdadeiro eu. O que conheço já é o bastante pra que tenha uma imagem persuadida de cada um.

Não seja tão complexo quanto eu, nem sempre é tão formidável assim.
Ser quem somos. É realmente perigoso. É realmente temeroso.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Julgamentos

Durante muito tempo de nossas vidas, mesmo sem querer, acabamos por julgar as pessoas mesmo sem conhecê-las. Não apenas de forma cruel, muitas vezes superestimamos algumas pessoas e acabamos colocando-as em pequenas redomas de cristal onde elas nunca estiveram. Sonhamos tanto com aquilo que elas poderiam ser que esquecemos que são pessoas normais, com vidas normais. Não lembramos que elas também têm seus defeitos, suas dores, seu ponto fraco. E como não são perfeitos, simplesmente nos decepcionamos. E a decepção, convenhamos, é algo que deixa marca. Passamos a duvidar do caráter da pessoa. E por mais que queiramos não conseguimos uma relação sólida, pois temos medo. Medo de voltar a se decepcionar. È então que conhecemos a pessoa verdadeiramente. Vemos que ela não é aquilo que sonhávamos que fosse, nem aquilo com a qual nos decepcionamos, é uma pessoa normal. Que esta pessoa não tem apenas qualidades, ou apenas defeitos. E você vai sorrir por isso.



Quando descobrir o quanto as pessoas podem ser especiais para você, você irá sorrir.




' Antes, meus sonhos eram apenas sonhos.
Depois de hoje, vejo que eles não tinham sentido.
Só agora parecem ser mais claros, mais reais.
E isso me fascina, me faz querer viver sempre a mesma ilusão. ’

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Divagações até o sonho



Divagações até o sonho

Eu poderia estar em Paris, Roma ou qualquer outro lugar
Mas meus segredos carregam-me pela mão
Os pensamentos me fazem ficar
Esperando por uma chama, um esboço de sorriso

Agora, não tenho tanto medo
De te entregar meus sonhos
De sentir as pálpebras pesarem
Entregando-se ao relento finito

Ouço uma voz que se esforça
Para escutá-la, uma tentativa vã
Tudo continua parado sem saber
Apenas um pêndulo, e os ponteiros a rodar

A mentira continua voltando
Por uma, duas ou mais vezes
E talvez volte em uma manhã
Para ver o que restou da falsa liberdade

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Não apenas corpo, não apenas rosto
Nada disso me interessa
Quero tuas palavras, teus versos
Anseio por tua boca a me dizer mil coisas
Quero de volta tudo aquilo que não tive
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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Onde posso encontrar


Onde posso encontrar
o beijo que ainda é beijo

A paixão que não é luxúria

O amor verdadeiro


Não quero viver de ilusões

Por isso tento encontrar

Mas onde, onde procurar?

Se não há vitrines onde eu possa escolher
Se não há marcas do tipo caras ou baratas

Se não contra-indicações à seguir

Neste mundo moderno, as coisas estão a cada dia mais acessíveis, e no enteanto, quando procuramos por algo verdadeiro, não encontramos nada nos catálogos de revistas ou nas lojas de conveniência. Definitivamente, pode parecer uma procura vã, mas a gente sempre se surpreende com o que encontramos no meio do caminho.

sábado, 4 de outubro de 2008

Estrada


Não quero muito de você
Quero princípios, promessas, desejos
E todas as canções de amor que restarem


Construí uma estrada por toda minha vida

Calculei as direções
E me perdi entre as fórmulas da saída

Apenas Uma seta, um efeito, algum suspeito

Algo que eu possa seguir

Até te encontrar
Em outro lugar


Não vou pensar que andarei sozinha

Talvez sua imagem venha
Acompanhando-me na estrada vazia


E te vejo em todas as esquinas,
Todos eles dizem ser você

E você se vira para mim
E vejo que você não estava lá


E depois de muito apostar no que vale a vida

Eu volto pro começo e vejo
Nada está no mesmo lugar que deixei quando parti


Brena Laielen

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Confissões da Laielen

Sei que nele há um veneno.
Que não mata, não sufoca, apenas prende. Pode fazer mal, mas ainda assim você tem vontade deliciar-se. Chamo de veneno, pois não encontro outra palavra para definir algo que consegue me persuadir de uma forma tão simples: apenas sendo ele mesmo. Ele tem esse poder de me iludir, e até me faz sonhar com coisas impossíveis e ter pensamentos profanos.
Travo uma batalha com meu corpo por desejá-lo, mas ele insiste em si dizer verdadeiro. Queria odiá-lo, e até tento evitá-lo de todas as formas. Mas no fundo sei que o que sinto é medo. Não por ele, mas por mim.
Temo aquilo que posso acabar fazendo. Então tento odiá-lo, tento estar com outros, mas na verdade, ele me provoca.
Ele provoca tudo em mim.
O que ele diz?
- Às vezes é bom um pouco de perdição.
E eu sequer tento negar as tentações que afloram pedindo um pouco daquela essência. Ó, destino, não me julgue depois que eu estiver perdida entre teus caminhos secretos. O que tu queres que eu faça? Também tenho minhas fraquezas.

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Fora as confissões que ela faz apenas para si.
Essas não devem ser publicadas.
Mas ela ainda tem muito o que dizer.

Cena de Jogo de interesses

À seguir, uma cena do meu projeto de livro Jogo de interesses .
Os personagens são Lara Manielle e Luan Fernandes.
Lara é uma loira mimada que sempre luta por seus interesses. Desde pequena fora apaixonada por Santiago, o capitão do time de futebol da escola, mas a chegada de Luan ve mudando seu modo de pensar. Luan é um garoto fechado e grosseiro que teve vários traumas na infância, e seu único desejo no momento é de vingança à família dos Manielles pela morte de sua mãe.

' - Terminei o resumo, Luan. Dá uma olhada – disse a loira entregando-lhe um papel.
Luan pegou o papel e ficou a observá-lo por um longo tempo enquanto Lara fitava-o. Aquilo demorou tanto, que a Manielle já estava impaciente. Ele já poderia ter lido e relido umas três vezes, e não dava nenhuma expressão de que fosse parar.
- Não temos o dia todo, Luan – ela dizia.
O Fernandes sequer mudou de expressão. Por dentro, estava odioso. A presença da garota. A proximidade. Incômodo. Falta de raciocínio. Tentava concentrar-se. O aroma de colônia que se desprendia dela embriagava-lhe. Trazia uma estranha sensação de liberdade. Também odiava isso. Afinal, Lara Manielle era apenas uma garota irritante apaixonada por Santiago Ferreira. Fútil e irritante. Sim. Mas a única que se dirigia a ele daquela forma irônica. Somente ela.
Laun olhava o papel. Tentava ler. Estranhamente, as letras embaraçavam-se e pareciam dançar com o perfume da garota. "Voltem ao lugar, suas letras malditas, eu ordeno! Quem pensam que são para desafiar Luan Fernandes? Por que isso está acontecendo, e por que eu estou conversando mentalmente com as letrinhas? Lara Manielle..."
- ... A culpa á sua por ficar me provocando desse jeito – pensou alto demais o garoto.
Tensão. Surpresa. Os dois espantaram-se com as palavras proferidas. A loira sorriu vitoriosa. Cruzou os braços. Falou:
- Então eu te provoco? Não foi você quem disse: ‘comigo só estando muito necessitado?’
Ele largou o papel. A encarou por um instante.
- Não seja tonta, Lara. Não falei neste sentido. Você não me interessa.
As últimas palavras foram cruciais. Num instante, Lara levantou-se da carteira que sentava. Parou. Fitou-o. Durante vários segundos.
- Repete isso – ela pediu.
- Qual parte? A do ‘Você não me interessa’ – ele repetiu, também se levantando.
A loira respirou fundo. Procurou coragem. Calma. Fechou os olhos. Baixou a cabeça. Levantou novamente. Luan percebeu. Lara o olhava de forma diferente. Provocante, até. Ela aproximou-se mais. Ele titubeou.
- O que você... Lara, o que você...
Ele ia continuar falando, se a loira não o tivesse agarrado. Beijou o garoto ardentemente, o fazendo afastar-se até dar de encontro com uma carteira, que o ruivo usou para apoiar-se.
Ela continuou com o beijo. Mesmo que Luan não correspondesse, não fez nada para afastá-la. E agora ela não lhe beijava apenas a boca, mas também o pescoço e tinha sua mão dentro da blusa do Fernandes. Como ele não se pronunciava, a loira aproximou-se do seu ouvido e sussurrou:
- Não sabia que era tão parado nessas horas – ela disse sendo sarcástica.
Ele olhou-a de cima a baixo. Um exame. Depois, puxou-a para si. Segurou seu queixo com força e tomou seus lábios. Agora ele a beijava. Distribuí-lhe carícias. As mãos contornavam o corpo da garota. A mesma, retribuía da mesma forma. Ele aproveitou uma brecha para levantá-la um pouco e senta-la na mesa do professor. Ficando entre suas pernas.
Ele colocou a mão dentro da blusa da garota, e já ia retirá-la, quando ela o impediu. Ele a encarou. Confuso. Ela desgrudou-se dele.
- Já chega, eu já provei o que queria – ela disse, lhe dando um último selinho.
- O quê? – ele não entendia – Do que está falando?
- Da próxima vez dobre a língua antes de falar que eu não te interesso. – ela sorria vitoriosa da cara confusa dele.
- Você... É louca.
- Pense o que quiser... agora me deixe sair daqui.
Luan, contrariando, prendeu-a ainda mais.
- Não sorria tão vitoriosa, Lara. Afinal, você também estava gostando.
- EU!? – ela gargalhou debochando – não seja ridículo. '

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Sei que brigamos tanto

Mas eu nem sei porquê

Que nossas almas, não podem se entender

Eu te odeio, meu Amor

Venha


Venha

Quando as luzes se apagam
E meus olhos se fecham
Não vejo a escuridão do meu ser corrupto

Eu vejo você
Nos meus sonhos,
Como uma flor num dia amargo

Você vem, e me completa
Você vem, e me faz acreditar
Você vem, e me faz ser alguém melhor

Mas você vem e vai embora
Deixa-me na saudade
Faz-me querer mais do que posso
E esperar mais do que devo

Peço à noite que te traga em meus sonhos

Você vem, e me completa
Você vem, e me faz acreditar
Você vem, e me faz ser alguém melhor

Eu só espero que você venha
Mesmo que por um momento apenas
Mesmo que por uma última vez
Mesmo que por motivo algum

Quem sabe se nos encontrarmos
Encontraremos nosso lugar

Brena Laielen.


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Sinto uma ausência dentro de mim mesma. Não sei onde estou,
mas não quero saber se você não está aqui.

About Me

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Estudante de Direito, Escritora nos momentos de melancolia, melhor amiga nos momentos de felicidade e flamenguista sofredora.