As vozes do silêncio aprenderam a gritar
Chamam por teu nome, incessantes.
Perto das portas do céu, ele segura a mãe de Deus,
E te diz para continuar o caminho.
Pai, eles levaram seu filho
Em meio à fumaça, com a noite em seus olhos.
Por dois copos de bebidas e algumas pedras no bolso.
Sua existência se resumiu.
E ele ia ser doutor, foi embora pra estudar
De volta, lhe entregaram a morte.
Nua.
Sedutora
Cruel.
Pai, eles levaram seu filho
Nunca acordaram de madrugada e o viram estudar sob a luz de uma vela.
Nunca passaram um dia inteiro debaixo do sol para lhe comprar um livro.
Nem choraram quando ele foi embora, cheio de sonhos, e pouco dinheiro no bolso.
A mãe não para de chorar, mesmo amamentando o terceiro filho.
Lucinha fez uma prece. Mas nesta altura, a fé acabou.
Foi embora junto do irmão mais velho.
De repente, o céu pareceu mais distante.
Pai, eles levaram seu filho
E você ainda o espera todos os dias, na pequena rodoviária.
O lusco-fusco do único poste ainda aceso.
Resistindo, junto a você, na vã esperança do seu filho voltar.
Mochila nas costas, diploma na mão...
Apenas um pouco de poeira da velha estrada.
E a luz, finalmente, apagou-se.
Perto das portas do céu, ele segura a mãe de Deus,
E te diz para continuar o caminho.
Pai, eles levaram seu filho
Em meio à fumaça, com a noite em seus olhos.
Por dois copos de bebidas e algumas pedras no bolso.
Sua existência se resumiu.
E ele ia ser doutor, foi embora pra estudar
De volta, lhe entregaram a morte.
Nua.
Sedutora
Cruel.
Pai, eles levaram seu filho
Nunca acordaram de madrugada e o viram estudar sob a luz de uma vela.
Nunca passaram um dia inteiro debaixo do sol para lhe comprar um livro.
Nem choraram quando ele foi embora, cheio de sonhos, e pouco dinheiro no bolso.
A mãe não para de chorar, mesmo amamentando o terceiro filho.
Lucinha fez uma prece. Mas nesta altura, a fé acabou.
Foi embora junto do irmão mais velho.
De repente, o céu pareceu mais distante.
Pai, eles levaram seu filho
E você ainda o espera todos os dias, na pequena rodoviária.
O lusco-fusco do único poste ainda aceso.
Resistindo, junto a você, na vã esperança do seu filho voltar.
Mochila nas costas, diploma na mão...
Apenas um pouco de poeira da velha estrada.
E a luz, finalmente, apagou-se.
Um comentário:
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Ele se foi, seguindo os seus
próprios pés.
Não importa se deixou saudades,
se deixou lágrimas suficientes
para os meus olhos. Ele se foi
e se esqueceu de levar consigo as
lembranças dos momentos em que
sorrimos e choramos juntos.
Lembranças dos meus tempos
de criança quando as suas mãos
indicavam o meu melhor caminho.
Vai, pai. Vai, mas não me tire o
direito de chorar a tua ida...
silvioafonso.
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