A vida, segundo Kierkegaard

'A vida só pode ser compreendida se olharmos para trás, mas deve ser vivida para frente...'
Diários, Soren Kierkegaard.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008


Ela não é nenhum demônio. Tudo que ela faz, é tentando me proteger. Ela vive minha vida, ela tem o meu caráter, ela sabe todos os meus passos. Ela é eu.

Ela está dentro de mim, mas não pode me dominar. Eu a uso quando quero. Quando quero um pouco de coragem, um pouco de ousadia, quando preciso ser mais direta. Lá está ela, todas as vezes que preciso.

Ela é quem eu não consigo ser. É como se eu a tivesse criado com minha mente insana, apenas para vencer meus medos. Mas acabei por liberar outro lado. Assim, ela também tem seus medos. Ela teme meus sonhos, não quer que eu me iluda com as pessoas, pois não confia nelas e diz que as conhece mais que eu. Mas eu tenho esperança que meus sonhos não sejam mera ilusões. E que as pessoas são elas mesmas, não estão aí apenas para ‘curtir’, como ela mesma diz, ou para nos enganar.

Posso ser a sonhadora e ela a realista, mas somos uma só e nos completamos. Uma hora uma de nós acaba sendo flexível e aderindo à opinião da outra. Convencer-me de algo pode até ser fácil, o desafio é com ela, afinal, a vida para ela é um jogo.

Não te posso dizer que conhece apenas a mim, por que eu a sinto em minhas veias e ela não está apenas quando me domina, mas sempre que meu olhar disser mil palavras. Não a encare como outro eu, apenas como uma parte mais ousada de meu ser.

Mas ela sorri de lado.

Não confie em quem sorri de lado.

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Estudante de Direito, Escritora nos momentos de melancolia, melhor amiga nos momentos de felicidade e flamenguista sofredora.