A vida, segundo Kierkegaard

'A vida só pode ser compreendida se olharmos para trás, mas deve ser vivida para frente...'
Diários, Soren Kierkegaard.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Cena de Jogo de interesses

À seguir, uma cena do meu projeto de livro Jogo de interesses .
Os personagens são Lara Manielle e Luan Fernandes.
Lara é uma loira mimada que sempre luta por seus interesses. Desde pequena fora apaixonada por Santiago, o capitão do time de futebol da escola, mas a chegada de Luan ve mudando seu modo de pensar. Luan é um garoto fechado e grosseiro que teve vários traumas na infância, e seu único desejo no momento é de vingança à família dos Manielles pela morte de sua mãe.

' - Terminei o resumo, Luan. Dá uma olhada – disse a loira entregando-lhe um papel.
Luan pegou o papel e ficou a observá-lo por um longo tempo enquanto Lara fitava-o. Aquilo demorou tanto, que a Manielle já estava impaciente. Ele já poderia ter lido e relido umas três vezes, e não dava nenhuma expressão de que fosse parar.
- Não temos o dia todo, Luan – ela dizia.
O Fernandes sequer mudou de expressão. Por dentro, estava odioso. A presença da garota. A proximidade. Incômodo. Falta de raciocínio. Tentava concentrar-se. O aroma de colônia que se desprendia dela embriagava-lhe. Trazia uma estranha sensação de liberdade. Também odiava isso. Afinal, Lara Manielle era apenas uma garota irritante apaixonada por Santiago Ferreira. Fútil e irritante. Sim. Mas a única que se dirigia a ele daquela forma irônica. Somente ela.
Laun olhava o papel. Tentava ler. Estranhamente, as letras embaraçavam-se e pareciam dançar com o perfume da garota. "Voltem ao lugar, suas letras malditas, eu ordeno! Quem pensam que são para desafiar Luan Fernandes? Por que isso está acontecendo, e por que eu estou conversando mentalmente com as letrinhas? Lara Manielle..."
- ... A culpa á sua por ficar me provocando desse jeito – pensou alto demais o garoto.
Tensão. Surpresa. Os dois espantaram-se com as palavras proferidas. A loira sorriu vitoriosa. Cruzou os braços. Falou:
- Então eu te provoco? Não foi você quem disse: ‘comigo só estando muito necessitado?’
Ele largou o papel. A encarou por um instante.
- Não seja tonta, Lara. Não falei neste sentido. Você não me interessa.
As últimas palavras foram cruciais. Num instante, Lara levantou-se da carteira que sentava. Parou. Fitou-o. Durante vários segundos.
- Repete isso – ela pediu.
- Qual parte? A do ‘Você não me interessa’ – ele repetiu, também se levantando.
A loira respirou fundo. Procurou coragem. Calma. Fechou os olhos. Baixou a cabeça. Levantou novamente. Luan percebeu. Lara o olhava de forma diferente. Provocante, até. Ela aproximou-se mais. Ele titubeou.
- O que você... Lara, o que você...
Ele ia continuar falando, se a loira não o tivesse agarrado. Beijou o garoto ardentemente, o fazendo afastar-se até dar de encontro com uma carteira, que o ruivo usou para apoiar-se.
Ela continuou com o beijo. Mesmo que Luan não correspondesse, não fez nada para afastá-la. E agora ela não lhe beijava apenas a boca, mas também o pescoço e tinha sua mão dentro da blusa do Fernandes. Como ele não se pronunciava, a loira aproximou-se do seu ouvido e sussurrou:
- Não sabia que era tão parado nessas horas – ela disse sendo sarcástica.
Ele olhou-a de cima a baixo. Um exame. Depois, puxou-a para si. Segurou seu queixo com força e tomou seus lábios. Agora ele a beijava. Distribuí-lhe carícias. As mãos contornavam o corpo da garota. A mesma, retribuía da mesma forma. Ele aproveitou uma brecha para levantá-la um pouco e senta-la na mesa do professor. Ficando entre suas pernas.
Ele colocou a mão dentro da blusa da garota, e já ia retirá-la, quando ela o impediu. Ele a encarou. Confuso. Ela desgrudou-se dele.
- Já chega, eu já provei o que queria – ela disse, lhe dando um último selinho.
- O quê? – ele não entendia – Do que está falando?
- Da próxima vez dobre a língua antes de falar que eu não te interesso. – ela sorria vitoriosa da cara confusa dele.
- Você... É louca.
- Pense o que quiser... agora me deixe sair daqui.
Luan, contrariando, prendeu-a ainda mais.
- Não sorria tão vitoriosa, Lara. Afinal, você também estava gostando.
- EU!? – ela gargalhou debochando – não seja ridículo. '

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Sei que brigamos tanto

Mas eu nem sei porquê

Que nossas almas, não podem se entender

Eu te odeio, meu Amor

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Estudante de Direito, Escritora nos momentos de melancolia, melhor amiga nos momentos de felicidade e flamenguista sofredora.